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Nos últimos anos, as doenças mentais tiveram um aumento considerável. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo.
A depressão é o mal do século XXI. A ansiedade afeta 18,6 milhões de brasileiros. Os transtornos mentais são responsáveis por mais de um terço do número total de incapacidades nas Américas.
Juntas, depressão e ansiedade custam US$ 1 trilhão para a economia mundial, de acordo com levantamento da OMS.
Uma nova pesquisa revela que 17,6% da população faz uso de remédios psiquiátricos, 77,7% deles há mais de um ano, embora apenas 5,1% façam terapia regularmente.
Acredito que todos lembram do caso da Simone Biles, ginasta americana que abandonou a final nas Olimpíadas de Tóquio, depois de um rendimento abaixo do esperado na prova de saltos.
“Temos que proteger nossas mentes e corpos, e não apenas ir lá [competir] e fazer o que o mundo quer que façamos”, foi a fala de Biles na entrevista.
O que aconteceu com a atleta de alta performance não é muito diferente do que acontece rotineiramente no ambiente corporativo. Pressão por resultados, exigências cada vez maiores com relação às entregas e a cobrança para “fazer certo da primeira vez”, sem contar com os prazos cada vez mais curtos.
Lembro de estar preparando um material sobre anti-fragilidade para um cliente e me deparar com dados sobre resiliência: Os dados apontam que os brasileiros mostram maiores níveis de resiliência do que seus pares globais: 68% acreditam ter resiliência, enquanto mundialmente o percentual é inferior: 54%.
As informações acima deveriam ser encorajadoras, né? Mas, somando esse dado ao nossa posição no ranking de ansiedade, será que é um orgulho sermos tão resilientes? O que tem custado essa resiliência à nossa saúde mental?
Me pergunto o que ainda falta para aprendermos que alta performance não tem a ver com sacrifícios. Muito menos com sangue, suor e lágrimas.
Não me canso de reforçar a importância dos investimentos em projetos de desenvolvimento organizacional que tenham como ponto de partida o autoconhecimento e cuidado com a saúde mental. Para líderes, colaboradores e executivos.
Todo mundo tem sabotadores internos e a pressão psicológica exacerbada faz com que esse sabotador fale mais alto. Por exemplo: ‘se você errar, você vai perder tudo’, ‘se você não conseguir, essa é a sua única chance’, são pensamentos que elevam a pressão e fazem com que as pessoas se percam no processo. Em algum momento, a pessoa chega a confundir no psicológico o que ela faz com o valor que ela tem para si mesma e para os outros. É como se a autoestima dela dependesse totalmente do bom desempenho — se ela não tem um desempenho, no mínimo, excelente, ela não vale nada.
Quando eu tenho conhecimento e clareza dos meus pontos fortes, talentos, forças de caráter, sabotadores e tudo mais que envolve minha essência, fica muito mais fácil lidar com as dificuldades da vida. Desenvolvendo Inteligência Emocional – sem a superficialidade de muitas abordagens – eu consigo conhecer, comunicar e manejar meus relacionamentos. Eu saio da zona de sofrimento para a zona de aprendizagem.
A alta performance tem muito mais a ver com o quanto que trabalho em estado de flow (estado mental que acontece quando uma pessoa realiza uma atividade e se sente totalmente absorvida em uma sensação de energia, prazer e foco total no que está fazendo) do que estabelecer prazos e metas agressivas. Não existe o trabalhar enquanto eles dormem, ou “nenhuma pobreza resiste a 14 horas de trabalho”.
Profissionais que fazem terapia e/ou investem em alternativas que promovem saúde mental e bem estar, têm um resultado superior.
Pesquisas já confirmam que verbalizar seus sentimentos pode ter um impacto terapêutico significativo no seu cérebro.
Isso quer dizer que quando você fala sobre as suas preocupações e o que está sentindo (principalmente com um profissional especializado), você está proporcionando benefícios para o seu bem-estar e o seu desenvolvimento.
Além de promover um ambiente mentalmente saudável, o investimento na saúde emocional e mental dos colaboradores representa um ganho econômico para as empresas. Segundo um estudo feito este ano pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), transtornos mentais como burnout e a ansiedade têm impacto na produtividade das companhias e são causa da redução de 800,7 mil empregos gerados no país por ano. Em massa salarial, a perda chega a R$ 164,7 bilhões.
Para líderes e executivos, a rotina de escolhas e decisões complexas e de alto impacto em seus negócios acabam potencializando a sobrecarga mental. Uma pesquisa recente do Gartner apontou que, até 2025, cerca de metade dos líderes de Cibersegurança, uma das áreas que sofre grande pressão das empresas por conta da vulnerabilidade digital dos dias atuais, irão para outros cargos. Outros 25% desses profissionais migrarão completamente de área devido ao estresse relacionado à própria atividade.
Está cada vez mais claro que a saúde mental não só compromete nossa vida pessoa, mas também nossos resultados dentro de uma empresa. A saúde mental é o alicerce para a alta perfomance e é preciso redobrar a atenção para pontos sensíveis como carreira e o apoio da própria organização para superar estes desafios.
São questões que muitas vezes ficam à sombra de estratégias e processos que colocam outros temas como mais importantes para o bom desempenho do negócio. Saúde mental deve ser tratada com seriedade pelas empresas.
Como nós falamos aqui na People, empresas vivas através de pessoas.
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